Processo Construtivo

13) REVESTIMENTO CERÁMICOS
O revestimento cerâmico é composto de placas assentadas lado a lado, com juntas entre elas. Trata-se de um material de construção amplamente utilizado nos edifícios e apresenta uma enorme variedade de tamanhos, tipos, funções e preços. Na verdade, o revestimento cerâmico não representa uma necessidade construtiva, mas termina servindo como proteção dos elementos de vedação do edifício, auxilia o isolamento térmico e acústico das vedações e traz importante efeito estético para o aspecto final da construção.

Camadas

O revestimento cerâmico deve ser entendido como um sistema, em que elementos são afixados sobre um substrato. Assim, os elementos são:

Substrato – é a camada do piso ou do elemento de vedação (parede ou painel) sobre a qual a cerâmica será assentada. No caso de piso, o substrato é o contrapiso (argamassa de regularização aplicada sobre a laje de concreto, com a finalidade de definir caimentos e desníveis, além de homogeneizar a superfície irregular do concreto). No caso de parede de alvenaria, o substrato é o emboço (note-se que o reboco passa a ser dispensável em paredes a serem revestidas com cerâmica;

Camada de fixação – é a designação genérica da argamassa ou cola que tem por função fazer aderir a placa ao substrato. A argamassa pode ser fabricada na obra ou industrializada. De acordo com o material de fixação a ser empregado, algumas recomendações devem ser seguidas quanto à espessura da camada, necessidade de molhagem, etc.;

Placa cerâmica – é o elemento a ser assentado. Admite diversos nomes de acordo com o tipo e o tamanho: azulejo, ladrilho, lajota, pastilha, etc.;


Juntas – são espaços (frestas) regulares deixados entre placas adjacentes, a serem preenchidos pelo rejunte (nas juntas de assentamento), ou pelo selante (nas juntas de dilatação).



Juntas

Junta de assentamento

Também conhecida como junta entre componentes, a junta de assentamento é o espaço deixado entre placas cerâmicas adjacentes, tanto na vertical quanto na horizontal. Essa é a junta que será preenchida com o rejunte.

Sua função é:

● Absorver a variação dimensional entre as placas, permitindo um alinhamento perfeito e com boa aparência;

● Reduzir o módulo de deformação do paramento, a fim de que ele possa absorver os inevitáveis deslocamentos e tensões;

A largura da junta entre peças depende do tamanho das peças (recomenda-se sempre seguir a orientação do fornecedor).

Junta de dilatação

Também conhecida como junta de movimentação ou de trabalho, a junta de dilatação tem as seguintes funções:

● Delimitar painéis compostos de várias placas, de maneira a dissipar as tensões induzidas pelas deformações do próprio revestimento ou do substrato;

● Funcionar como região indutora de fissuração.

A junta de dilatação é preenchida com selante, que é um material elastomérico. Ao contrário do rejunte – que tem a mesma espessura da placa cerâmica -, o tratamento atravessa o substrato (emboço) e atinge a alvenaria – ou concreto (em pisos). O espaço é primeiramente preenchido com o material de enchimento (borracha alveolar, espuma de poliuretano, manta de algodão, cortiça, aglomerado de madeira, etc.), sendo por fim vedado com um selante elastomérico (silicone, poliuretano, acrílico ou polissulfeto).

Esse tipo de junta é indicado no encontro de tipos diferentes de revestimento, no encontro com pilares ou saliências em lajes sujeitas a grandes deformações.

Assentamento

Piso cerâmico

Após verificação da adequação do contrapiso em toda a área a ser revestida, define-se por onde se iniciar o assentamento das placas cerâmicas. A distribuição das peças sobre o piso ajuda a obter uma noção de onde os arremates precisarão ser feitos. Como regra, deve-se deixar os arremates para a região onde o piso seja menos visível – local dos armários e estantes, sob as pias, atrás do bidê e do vaso sanitário, atrás de portas, no box do chuveiro, etc.

Em seguida, esticam-se linhas de náilon para definição do alinhamento das placas. Obviamente, a primeira fiada deve ser sempre com pedras inteiras.

A argamassa industrializada deve ser preparada conforme as instruções do fabricante. Costuma-se adicional água e fazer a mistura dentro de caixotes plásticos, em quantidade que não seja excessiva – no máximo, o suficiente para um período de trabalho de 2-3 horas. Durante a execução do revestimento, não se adiciona água à argamassa já preparada.

Quando for utilizada argamassa colante, não se deve umedecer nem o substrato, nem as placas cerâmicas. A prática de molhar as peça é adotada quando a argamassa é feita na própria obra, com o intuito de evitar que placa “chupe” água de amassamento da mistura. No caso da argamassa industrializada, a adoção de água apenas prejudica a aderência, sendo dispensável.

A aplicação é feita com desempenadeira dentada de aço PVC, formando cordões de argamassa. Para peças pequenas (até 900 cm²), é bastante espalhar argamassa no substrato. Para peças de dimensões superiores, ma boa aderência requer que a massa seja aplicada tanto no substrato quanto no tardoz (face posterior, não esmaltada) da peça.

O ajuste do posicionamento das peças cerâmicas é conseguido com o auxílio dos fios de náilon e, opcionalmente, de espaçadores plásticos em formato de cruzeta. Durante o assentamento da placa, ela deve ser arrastada com movimentos de vai-vem, com certa pressão, de modo a aplainar os cordões de argamassa e garantir que toda a superfície da peça esteja colada. É errada a prática de certos pedreiros de colocar a peça na posição final e apenas bater com o martelo de borracha.

O rejunte é o preenchimento das juntas entre peças. Ele deve ser aplicado a partir de 72 horas após o assentamento das placas. Utiliza-se espátula ou rodo de borracha para o espalhamento da argamassa de rejunte, em movimentos alternados que preencham toda a espessura da junta. A limpeza do rejunte é feita com água e detergente neutro. Ácido muriático e soda cáustica devem ser evitados porque atacam o cimento da argamassa.